Monday, July 02, 2007

Panda Bear – Person Pitch (Paw Tracks 2007)



O New Weird America torce o seu nariz? É, este “movimento” que engloba astros como Devendra Banhart, Jana Hunter, Mirah, Joanna Newsom, Josephine Foster e outros nem tão conhecidos como 500mg, Bird by Snow e Crix Crax Crux.

Possivelmente nem se gera tanta polêmica sobre estes neo-folks-freaks-com-experimentações-já-feitas-antes pois o tamanho ,a expressão deste grupo de artistas é próximo a menos um. É como reviver uma tropicália ou algo do tipo... mas eu gosto deles mesmo pequenos, mesmo repetitivos. Se quiser loucura mesmo que procure a galera do New Weird Finland (sim, existe).

Se você odiou o Devendra no Tim (eu não) possivelmente teria gostado mais do Animal Collective. Freak com guitarras psicodélicas à la Six Organs of Admittance e alguns bons hits (possivelmente vc já dançou aos som de Grass mas não sabe). Feels foi lançado pela Fatcat Records em 2005 e recomendo fortemente.

Ok, do que estou falando?

Ah sim, chegamos no ponto. Um dos membros do Animal Collective chama-se Noax Lennox e tem um projeto paralelo chamado Panda Bear. O último cd desse seu projeto é exatamente o tal do Person Pitch lançado em março deste ano.

O cd tem 7 músicas, duas com mais de 12 minutos. Há tempos não vejo um som tão orgânico em um projeto experimental. Confy in Nautica abre o cd com vocalizações em eco repetidas infinitas vezes dando o suporte para a voz que se move como um mantra.
Palmas marcam o tempo e alguns sintetizadores para você entrar nesta neo comunidade hiponga. Barulhos de carros de fórmula 1 engrenam a música que acelera psicodelicamente sem base definida quanto ao tempo... sim, pura loucura, você vai odiar a banda em no máximo 2 minutos.

Barulhos e movimentos estranhos de passos em corredor abrem a segunda canção que finalmente acompanha um baixo e uma guitarra pra você não pensar que estamos complemtanete perdidos. O vocal em mantra segue num ritmo lento com a marcação de um chocalho até que no meio da música novas palmas e uns 50 sons estranhos de cotidianas prosseguem a viagem.

Teceira música, olho para o visor, monstruosos 12 minutos. Ok, estamos no meio da psicodelia nua e crua, quem se importa? Barulho de vento, vocalizações, carros, ecos, pássaros, violas, xilofone, bongôs e a melhor melodia vocal-mantra-Hare-Krishna do cd. Esta música tem tantos detalhes para serem descritos que nem vale a pena se estender muito.

Quarta música, já vejo uma outra dimensão, um novo plano estelar, um mundo tribal no meio da mata... e não, nem fumei um único cigarro. I’m Not começa Post Rock, Mogwai tântrico. Vocais que nao dizem palavras e se cortam antes do término da vocalização, uma bateria marcando tudo, sintetizadores... Vou decolar!

Quinta música já me sinto vivendo com o Raul Seixas e a Janis Joplin no meio de uma floresta de árvores gigantes com fadas ao meu redor. Good Girls turbina a atmosfera com uma batida tribal acompanhada por efeitos eletrônicos. Não é exatamente uma dança da chuva mas dá vontade de sair correndo por ai. Tirem as crianças da sala pelos próximos 12 minutos. Não sei ao certo, mas no meio da música um barulho metálico parecido com aqueles de balanços de parquinhos encobre a batida, dando caminho para uma repetição longínqua do vocal. Uma retomada tribal e entramos na segunda parte, Carrots. Opa! Até consigo entender o que ele está falando... mas não durante muito tempo, aliens tomam conta do meu ipod!

Melhor parar por aqui antes que pire. Não, não é um som convencional, fácil de ouvir e possivelmente você não terá saco maior do que 10 minutos para ouvi-lo... mas é um dos meus preferidos de 2007!

3 Comments:

Anonymous Anonymous said...

e o link? =)

11:16 AM  
Blogger Unknown said...

Como já disse, meu CD favorito do ano até agora. A música tanto do Panda Bear quanto do Animal Collective é incrível.

8:50 PM  
Blogger Regis said...

Olha, não gosto muito do Devendra Banhart não. E o AC não consigo ver sinceridade em todas as músicas, apesar de achar o Feels e o Prospect Hummer duas preciosidades... Antes de ser experimental ou o escambau, esse álbum do Panda Bear é lindo. A gente não consegue ouvir sem pensar: Que bela música! A voz doce, os barulhos dessincronizados, o compasso respeitado, apesar de tudo. Não é experimental, é música. Não que não seja experimental. É que experimentar é comum a todos, estamos apenas reencontrando o caminho que nunca deveríamos ter perdido. Albuns como este deveriam ser mais comuns. E são, é só procurar, né?

5:52 PM  

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