Monday, May 07, 2007

Primeiro vai o jabá – dia 17/05 no Casarão Cultural, stereO!
Festa de lançamento do EP da banda Hereges. Os meus barulhos tradicionais junto com o Fabio Costello e a Joakina, figurinha fácil de Matriz e Cia.

Agora a brincadeira da vez: Escrever resenhas e em dose dupla.

Eu nunca vi ninguém escrever resenhas de um cd que não seja lançamento, ainda mais quando a banda já tem material novo lançado. Loucura minha ou não, Viva Voce é a banda escolhida. Pois é, eles não falam português, o nome da banda é uma referência em italiano e pra terminar, eles são de Portland.

Este duo-casados formado pela guitarrista, baixista, cantora, faz de tudo um pouco Anita Robinson e o Baterista Kevin Robinson já tem um bom material gravado. 4 cds e o último é de 2006, “Get Your Blood Sucked”. É sensacional, mas não tão sensacional quanto o “The Heat Can Melt Your Brain” de 2004.

E a pergunta – Vale escrever sobre um cd de 2004? Claro que vale! Eu não consigo achar nada mais do que uns raros vídeos no youtube e uma material muito rarefeito na internet. Eu já lotei a paciência dos meus amigos para ouvirem o som da banda e sinceramente foram muito receptivos. Como possivelmente ninguém conhece, a resenha é essencial!

A faixa de abertura “Alive with Pleasure” tem um clipe muito bacana disponível no you tube. Pasmem, virou toque de celular da Motorola, mas acho que ninguém reparou nisso. Na abertura já vemos a presença de um vocal adocicado, pop muito competente. Uma guitarra tão segura e tão bem gravada que eu estou aqui há uns dois minutos pensando numa referência e a melhor coisa que consigo escrever é – Isso parece com alguma coisa que você já ouviu antes mas não sei o que é. Para melhorar os solos impressionam, estamos diante de uma guitarrista de mão cheia com grande técnica. Referências psicodélicas da década de 60 e 70 no meio de uma melodia Indie Pop muito bem definida fizeram um casamento primoroso.

O cd segue com muitos pan-pan-pans e vocalizações muito bem encaixadas. Algumas experimentações como um toque de telefone em “High Highs”, mas a temperatura sobe mesmo em “Daylight” e “Center of the Universe”. As melhores da banda na minha opinião. A segunda liderada pelos vocais do nosso amigo Kevin numa bela melodia e uma letra um tanto quanto introspectiva, muito bem conduzida pela guitarra da sua esposa.

A última faixa do cd encerra os trabalhos da banda em grande estilo, deixando aquela sensação de que se está ouvindo um grande cd. “They Never Really Wake Up” possui uma introdução de quase 2 minutos em um instrumental no melhor estilo Yo La Tengo para então a bela voz da bela (porém casada) Anita nos levar por sua bela melodia. Não é música de pista mas sim de se ouvir o tempo inteiro no mp3 fazendo... hum, qualquer coisa. Há quem diga que certos pratos combinam com bons vinhos. Boas músicas combinam com certas ocasiões. Esta em todos. Seus longos minutos não demoram a passar e a melhor saída de fato, é o repeat.

Os trabalhos anteriores da banda são um pouco perdidos. O primeiro “Hooray for Now” chega perto de um Pos-Grunge e o segundo “Lovers, Lead the Way!” algo pop sem sentido.
O segundo melhor trabalho da banda realmente é o “Get Yr. Blood Sucked”. Ótimas músicas como Believer, From the Devil Himself (com um ótimo clipe) e Faster Than a Dead Horse (um ótimo nome e algumas execuções em rádios universitárias americanas). Não sei, mas este último cd foi como rever uma antiga paixão enquanto que toda a volúpia ficou ali no passado de 2004, hahaha. A impressão que dá é que eles estão extremamente azedos pela pouca repercussão do trabalho depois de uma década de música.

Para os sortudos eles andam fazendo turnê com o The Shins e o Silversun Pickups. Para os interessados, eles participam da coletânea de covers “Bridging The Distance”, só com músicos de Portland. Enquanto o Decemberists fez cover de Fleetwood Mac, o Viva Voce fez um cover sensacional do The Alan Parson Project. Confira.
Finada a primeira resenha, no próximo post um lançamento de verdade:

The Broken West – I Can’t Go On, I’ll Go On
Merge Records
LOBO

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