Wednesday, May 02, 2007

Onde encontrar música boa?
DJ Lobo e um giro por alguns selos na busca por novos sons

Sim meu caro, eu também odeio toda essa onda de novo rock, new rave e outras coisas pseudo dançantes para festinhas de aniversário e alcoolismo de graça.

Ok, sim, é muito legal pular com os amigos, cantar aquele refrão junto com a massa, dizer que gosta daquela maravilhosa descoberta da NME para aquela garota que se amarra em Killers, que gostou do clipe novo do Snow Patrol... mas cá entre nós, isso alimenta mesmo a alma?

Como diria a galera do The Evens, Don’t be Shy, Don’t be Cool. Que tal ouvir umas músicas diferentes? Que tal assumir que tudo que o Lucio Ribeiro recomenda é patético e o hype é uma grande piada de péssimo gosto?

Como criticar é muito mais fácil do que sugerir, eu mesmo com toda a minha notável arrogância e, sobretudo, preguiça, vou dar uma cartilha de música boa contemporânea. Como? Muito fácil, vocês podem fazer o mesmo caminho e que tal um dia me sugerir umas coisas bacanas.

Eu poderia dizer para você ouvir diretamente o Labrador 100 e engolir o choro, mas até você se acostumar com nossos amigos suecos temos um caminho a percorrer. Prefiro percorrer às gravadoras que tem um ótimo histórico de música lançada.
Sim, as gravadoras - as mesmas que combatemos com a música independente e todo este blá blá blá - queiram ou não, fazem um excelente trabalho! Defendo fielmente o trabalho destas gravadoras, sugando ou não seus artistas, que fazem música extraordinária.

Primeiro, que tal passear pela Carolina do Norte e admirar o trabalho da Merge Records?
Sim, eles trabalham com o Arcade Fire, Teenage Fan Club, Superchunk, o estridente And You Will Know Us By the Trail of The Dead, o Lo-Fi do Low Barlow, o sotaque estranho da Camera Obscura, Dinosaur Jr., folk pop com a galera do Essex Green... é uma ótima para chegar no conhecido do desconhecido. Ainda tem por lá Magnetic Fields, Lambchop, Porstatic, Seaweed, diversão não falta.

Um selo menor e muito inspirado que recomendo também o Arts & Crafts. Lançar os trabalhos do Broken Social Scene, Feist, Stars significa que tem gente muito competente trabalhando e produzindo por lá. Jason Collet, Apostle of Hustle, Phoenix, New Buffalo (lá nos aussie eles respondem pelo Dot Dash) são os queridinhos do grupo. Eu mesmo gosto mais do American Analog Set que mesmo soando repetitivo, não me canso, é excelente. Dica de lançamento que ainda estou depurando por lá: Young Galaxy.

Pois é, se percebeu estamos mais ou menos com um pé no Canadá. Aproveitando a ida por estas terras é sempre bom apresentar a Constellation Records, ali em Quebec. Se Post-Rock é um problema para você, para eles não são definitivamente. Destaques: Godspeed you! Black Emperror, A Silver at Mt. Zion, Do Make Say Think, Fly Pan Am. Isso pra mim diz tudo.

Sentiu falta do Mogwai nesta lista? Eu respondo que: 1. Eles não são canadenses, 2. Eles são da Matador. Mainstream do Alternativo, chegamos nele. Cat Power, Belle & Sebastian, Stephen Malkmus, New Pornographers, Yo La Tengo, Arab Strap, Interpol, Modest Mouse, Pavement, Robert Pollard, Pastels… Precisa falar mais? Eu tenho umas ressalvas neste selo, nem sempre é tão bom assim, arriscam, às vezes, desnecessariamente.

Sente falta da tão famosa Sub-Pop? Pois é, eu também. Nossos amigos de Olympia andaram patinando durante algum tempo, principalmente quando se interessaram pelo dinheiro fácil e principalmente pelo Hype. Quem diria que o tal do “Cansei de Baranga Sexy” ia ser prensado um dia pelo tão aclamado selo? Bruce Pavitt pode ter caído no meu conceito, mas sou eternamente grato por ter gravado com Sonic Youth, Steve Albini, Tad, Nirvana, Mudhoney, Soundgarden, Green River, Screaming Trees, Afghan Wigs. Se você ouvia música na década de 90, você deve ter ouvido falar de alguma coisa deles.

Ultimamente eu tenho poucos destaques deles. The Shins, Postal Service, Oxford Colapse, Band of Horses… Algo mais? Sim, Bonde do Role. Uma faca por favor?

Se quiser ir mais a fundo temos a Labrador. O mais puro pop sueco moderno. Na minha opinião tem lançado o melhor material dos últimos anos. Parece muito com se fosse um mundo paralelo que te dá um tapa na cara de tanto material e informação que te faz pensar – COMO EU NÃO CONHECIA? Pois é, não dá pra fazer tudo ao mesmo tempo, mas se você tiver como, ouça algo do Acid House Kings, Club 8, Leslies, The Radio Dept., Sambassadeur, South Ambulance, Ronderlin, Suburban Kids with Biblical Names, Loveninjas. De fato, muitas destas músicas são realmente difíceis de achar, mas vale a dica.

Eu poderia ficar dias aqui escrevendo sobre isso (coisa que eu nem gosto de fazer) mas eu tenho que deixar algo para vocês me ajudarem, certo? Que tal uma visita ao Saddle Crack do Azure Ray, Maria Taylor, Bright Eyes.

Deixar de falar da Midsummer Madness que lança material de qualidade por aqui em terras cariocas seria um sacrilégio. Valv, Pelvs, Sleepwalkers, Casino, Cigarettes, Cigarettes e Cigarettes. Não consigo parar de escrever pois ainda falta o Secretly Canadian, Licking Finckers, High Point Low Life, Memphis Industries, Kill Rock Star, Minty Fresh, 4AD, Sarah Records... é melhor parar, não? Mesmo a mainstream Capitol merece destaque com os pequenos Radiohead, Decemberists...

Quem sabe um dia eu escrevo sobre os que não tem gravadora nenhuma, os chamados indies. (rá!)

Lobo

0 Comments:

Post a Comment

<< Home