Sunday, December 16, 2007

Nokia Trends: Sampa on fire! (literalmente...)

Foto: Alessandra Gerzoshcowitz/Globo.com

Tá certo, este post chegou atrasado... Mas o fato é que ainda vale a pena falar sobre o assunto. Nossa correspondente se acabou por lá e, finda a ressaca, manda seu relato pra comemorar o aniversário de uma semana da noitada!

Quem foi ao Tim Festival e depois foi conferir o badalo da Nokia no Memorial da América Latina, ao ver a produção sentiu que o evento deixava a desejar. Havia apenas uma tenda com um palco principal e um secundário onde ocorreram os shows nos intervalos, comandados por Maurício Takara e convidados. O pior da tenda foi o calor. Não havia qualquer tipo de climatização, apenas exaustores que nem de longe poderiam dar vazão ao calor insuportável que invadiu São Paulo naquele fim de semana. Outro ponto fraco foi a sonorização do palco secundário. O PA era compartilhado com o principal e quando o som rolava, parecia que vinha de outro lugar. A tendência era olhar direto pro palco principal vazio. Fora isso, várias falhas técnicas causaram ruídos e variações de volume repetidas vezes.

Outro ponto fraqüíssimo foi a ridícula falta de variedade de bebidas disponível e a cara de pau de obrigar os freqüentadores a comprar pacotes de um mínimo de R$10,00 em fichas para adquiri-las. Sendo todos os valores múltiplos de 4, é claro que no fim da noite uma galera ficou com fichas de R$ 2,00 mortas no bolso. Dinheiro fácil e desonesto.

As pobres moças da limpeza poderiam processar a organização do evento por ferir os direitos humanos. Deram pás e vassouras de criança para que varressem o espaço. Dava dó ver as gurias se contorcendo pra alcançar o chão. As filas homéricas pro banheiro e a pouca quantidade de unidades químicas também deram nos nervos. Nem ao menos se preocuparam em dar um gelzinho pro povo lavar as mãos. Disgusting!

Agora vem a parte boa, a hora de tecer os elogios e falar da música, enfim!

O lugar tava bonito, é necessário assumir. Houve uma exposição de arte multimídia bem interessante e uma performance de grafitti do lado de fora da tenda dando a cor ao lugar. As bandas, que não tinham produção cênica para o espetáculo, se beneficiaram das projeções luminosas oferecidas pela organização, dando um ar de super produção aos shows. Ponto fortíssimo, aliás. Apenas Phoenix levou material para compor o visual do palco, o que ajudou a destacar a apresentação dos franceses dos demais. Em suma, o vizu tava classe mesmo.

Infelizmente nossa crazy correspondente perdida na cidade grande não chegou a tempo do show do Artificial, projeto de Kassim, aclamado por seu som fabricado em uma parafernália eletrônica que conta até com Gameboy. Tudo bem, a gente perdoa a coleguinha.

Os australianos do Van She (com album esperado para 2008) entraram com força no palco, mas foram prejudicadíssimos pela mixagem. O som velado borrou a apresentação dos rapazes. Foi difícil distinguir os instrumentos e entender o vocal. Pena mesmo. Havia um dirigível com uma câmera acoplada que ficava passeando pela tenda e o operador teve alguma espécie de surto apoplético e resolveu experimentar bem em cima dos caras. O corpo estranho adentrou o palco e com muita dificuldade tentava ganhar altitude, quase atingindo os músicos, que se sentiram incomodados. Foi então que Nick Routledge (vocal e guitarra) soltou um "what the fuck is that?!" e a coisa terminou por abandonar o palco. O baixista Matt Van Schie (que dá nome à banda) tava empolgadíssimo, bem mais que os outros integrantes, diga-se de passagem, e no final o saldo foi uma apresentação boa, mas morna e com aqueles problemas no som.

Em seguida foi a vez de Undergound Resistance, colletivo de vanguarda politicamente engajadíssimo de Detroit - a terra do Robocop. Nesse ponto o som ficou ótimo e a banda fez uma apresentação impecável. Contudo não há muito mais pra dizer, porque nossa correspondente teve que sair pra tomar um ar fora da sauna... (risos)

O ponto alto da noite com certeza foi o show do Phoenix. Os caras destruíram! O baterista, que não faz parte do corpo de baile oficial, recebeu o prêmio Republika-Nokia Trends de destaque do evento. O cara arrebentou lindamente dando peso à apresentação e roubando a cena, definitivamente. Difícil tirar os olhos do rapaz. Foi um show forte, permeado de hits, embora alguns tenham feito falta. A sinergia com o público, por mais que a banda não seja tão conhecida por aqui, foi sensacional e deixou Thomas Mars (vocal e "esposo de Sofia Coppola") emocionado. O moçoilo não parava de agradecer pelo entusiasmo do público e chegou a chorar de felicidade ao deixar o palco.

Em seguida foi a vez do retorno triunfal de Van She, versão Tech, no palco secundário. Foi então que aquela energia que faltava transbordou e contagiou o público. Eles arrebentaram no set eletrônico com remixes sensacionais incluindo até 1 2 3 4 da Feist.

O momento mais esperado do festival foi o show do duo californiano She Wants Revenge. O show, tecnicamente falando, agradou bastante. Os músicos convidados preencheram muitíssimo bem a sonoridade que, nos discos, é programada e superproduzida eletronicamente. Fizeram seu papel direitinho e o resultado foi um som potente e extremamente bem executado. Ponto pra eles. Infelizmente, a imensa falta de carisma dos caras foi responsável por arrancar bocejos e decepcionar até fãs inflamados. Justin Warfield (vocal) ensaiou uma dancinha sensual nada sedutora e por mais que pedisse pro público dançar sem ter vergonha de balançar o esqueleto, as pessoas mais ao fundo da pista foram indo gradualmente embora antes que eles deixassem o palco. Foi como dormir numa banheira de água morna e acordar por conta da queda da temperatura...

A coleguinha ficou tão caída que nem ficou pra ver o show dos cariocas do The Twelves, mas aí ela tava mais que perdoada depois de tanto sofrimento de insalubridade dado o calor de superfície solar que fez lá. Mesmo com tudo isso valeu muito a pena conferir o evento. Que venha o próximo!

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